Noronha é um lugar mágico, não tenho dúvida. E definitivamente não é um lugar pra qualquer um. Curtir a natureza, na sua forma mais selvagem possível, e estar disposto a fazer algumas atividades ao ar livre, é exigência pra que a sua experiência em Noronha seja boa. Nada de shopping e balada (só tem uma, não rola todos os dias e nem é para todos os gostos).

 

Não é um lugar barato! A Thaty, da Turismo pelo Mundo, brigou comigo quando disse que Noronha é caro, dizendo que o caro pra mim pode não ser pra outro. Eu vou, então, evitar dizer que é caro, mas afirmo categoricamente que Noronha está bem longe do que eu chamaria de um lugar barato ou até mesmo 'normal'.

 

Existe uma taxa ambiental obrigatória pra visitar Noronha. Começa com R$ 75 por dia (valor em novembro/2020) e diminui quanto maior for o tempo de permanência na ilha. Pode ser paga antes, via internet, ou no aeroporto. Se pagou antes, entra na fila pra validar. Se não pagou, entra na fila pra pagar na hora. Sem uma das duas opções, você não vai pra área de pegar as malas, simples assim! Eu paguei antes, mas procurando informações complementares, o valor pode ser pago em cash, cartão ou até mesmo em dólar na chegada, conforme o site Ilha de Noronha. Essa taxa dá direito "a respirar o ar de Noronha" e visitar apenas a parte urbanizada da ilha, aproximadamente 30% dela. Os outros 70% da ilha fazem parte do "Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha". Para entrar no parque, onde estão algumas das praias mais bonitas da ilha, e pra pegar qualquer barco no porto, você TEM que pagar uma segunda taxa, de R$111,00, para brasileiros e R$ 222,00 para estrangeiros, e vale por 10 dias e pode ser comprado pela internet. Ela não é obrigatória, mas não faz o MENOR sentido não pagar, pois ficaria impedido de fazer qualquer passeio de barco, algumas trilhas e conhecer algumas das praias mais bonitas.

 

Comi muito bem em Noronha. Não tenho nenhuma alergia alimentar e sou bem tranquilo com comida, então foi fácil. Os valores, porém, é que me chamaram a atenção (mas sem falar que é caro, a Thaty não deixa hehehe).

O almoço mais barato que conseguíamos era nos restaurantes Flamboyant e Empório São Miguel, ambos na Praça Flamboyant, com self service a R$ 60/quilo (valor em Junho/2016): 4-5 itens de salada (nada de saladas completas, estou falando de alface, tomate, pepino, cenoura, etc), arroz e feijão, um massa, dois tipos de molho, mais umas duas misturas e sempre carne de peixe, frango e vermelha. Refrigerante lata R$ 10 ou suco de polpa a R$ 15 pra completar o almoço. Nas proximidades da Praça Flamboyant existem vários outros restaurantes, vale bater perna e dar uma olhada, especialmente pro jantar.

No jantar, nada de self service, apenas pratos individuais ou pra 2 pessoas, sempre bem servidos. Jantamos algumas vezes no Du Mar e no Restaurante Tricolor, pois ambos estavam bem próximos (+- 200 metros) da nossa pousada. Ambos ficam bem próximos ao Centro de Visitação do Projeto Tamar, são ótimas opções pra depois da visita ou de assistir alguma palestra deles. Gastei em torno de R$ 75-85 por pessoa na média, com 1 refrigerante ou 1 suco. Cerveja 600ml na casa de R$ 18-20, bebi apenas uma noite.

Justiça seja feita, é lógico que já gastei R$ 75-85 pra jantar em algum bom restaurante, muitas vezes mais e algumas poucas vezes BEM mais que isso. O X da questão é que eu não gasto isso pra jantar por 8 noites seguidas. Um jantar num restaurante legal é seguido de 3 noites no espetinho da porta de casa ou algo feito em casa mesmo.

Existem algumas casas de tapioca, com ótimas opções, que também costumam servir açaí ou uma opção de açaí meio a meio com creme de cupuaçu, isso eu nunca tinha visto, EXPERIMENTEM!!! Uma tapioca e açaí, pros mais magrinhos, talvez seja bem suficiente pra uma janta. Eu não sou dessa turma, então a tapioca doce acabava sendo sobremesa.

Também existem alguns restaurantes mais chiques. Até restaurante de comida japonesa a ilha tem.

 

No item bebida, água é algo que quero comentar. Garrafa de 1,5L de água (Natural. Gelada era mais cara), no supermercado, R$ 7. Pegamos muito calor e, por isso, manter-se bem hidratado era fundamental e era pelo menos 2 garrafas de água de 1,5L por dia. 

E pra quem é bom de garfo, o Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria é uma ótima pedida! Acontece às quartas e sábado apenas, precisa reservar e pagar com pelo menos 2-3 semanas de antecedência. Tem custo de R$ 189 (+ 10% = R$ 208) fora bebidas, apenas comida e sobremesas. Mas olha, a quantidade de opções torna tarefa quase impossível decidir o que colocar no prato. Várias opções de peixe, camarão, carne vermelha, acompanhamentos sensacionais. Se você é do tipo indeciso, talvez não seja boa ideia ir nesse festival.

 

As opções de atividades ao ar livre, em Noronha, não vão lhe faltar. O simples fato de ir à praia torna-se uma atividade ao ar livre, já que são quase todas praias desertas, quase todas sem nenhuma estrutura, bem diferente do que estamos acostumados com 'ir à praia', com quiosque e conforto.

 

 

No quesito trilhas, fizemos uma bem legal, porém nem um pouco leve: a trilha longa do Atalaia. A Praia do Atalaia é de entrada controlada, só acompanhado de guia com, no máximo, 6 pessoas, e ainda assim a quantidade de guias é limitada por dia. Pouco menos de 100 turistas visitam, portanto, a praia do Atalaia (e suas piscinas naturais) por dia.

A trilha curta (eu não fiz) do Atalaia consiste em chegar na praia e entrar na piscinas naturais (obrigatório uso de colete pra flutuar, alugados na entrada da trilha). É expressamente proibido passar filtro solar e repelente antes de entrar nas piscinas do Atalaia para não poluir a água. Chegar até a praia do Atalaia, na trilha curta, é bem tranquilo. Na trilha longa, que fiz, são mais uns 4km contornando a ilha, após às piscinas naturais.

A distância que não parecia longa na teoria, percorrida em aproximadamente 3h, parando pra nadar em outras 2 piscinas naturais, acabou não sendo tão amigável quando descobrimos que mais de 3km seriam em cima de pedra (foto). O calor desértico vindo de cima e as pedras vulcânicas cozinhando por baixo realmente não tornaram a trilha agradável. Mas foi nessa trilha que tirei as melhores fotos da viagem, impossível negar isso, e também vi um lado da ilha que provavelmente não teria visto não fosse essa experiência. DICA: compre aquela sapatilha híbrida, que é possível molhar e fazer trilha.

 

Caso tenha interesse nas trilhas, informe-se antes, possivelmente antes até de chegar em Noronha, já que muitas trilhas que envolvem visitação de piscinas naturais dependem da tábua das marés. Em alguns dias, quando a maré baixa não acontece durante a manhã, as visitações às piscinas naturais não acontecem. Algumas trilhas, como a longa do Atalaia, são bem concorridas e não tivéssemos agendado com 6 dias de antecedência, não teríamos conseguido ir.

 

Uma dica de ouro: ILHA TOUR!! É um passeio do dia todo, das 8h às 18h, onde visita-se (de carro) vários pontos e praias da ilha. Faça no seu PRIMEIRO dia na ilha, pra conseguir repetir algum lugar se quiser. É necessário ter pago a taxa do "Parque Nacional Marinho" pra fazer o Ilha Tour, já que inclui visita na Praia do Sancho (eleita alguma vezes a praia mais bonita do mundo) e na Praia do Sueste.

 

Atividades de barco, não procurei muita coisa pois estava numa viagem dedicada ao mergulho (assunto do próximo post) e, portanto, já passaria muito tempo no mar. Ainda assim, fizemos a 'Pranchinha VIP', onde o barco te reboca com uma pranchinha na mão e você, angulando a prancha pra cima ou baixo, controla sua subida ou descida. No final da tarde, o barco parou pra vermos o por do sol enquanto peixes eram assados na brasa e servidos com saladas diversas. Nota 10! Totalmente recomendado!

 

Claro que mergulho é uma atração à parte em Noronha, tanto pra mergulhadores certificados como pra quem nunca mergulhou na vida. A minha viagem pra Noronha foi organizada pela minha escola de mergulho e no pacote que já incluía saídas de mergulho e hospedagem (por isso não tenho muito a falar sobre esse tema. Inclusive, não precisei pesquisar sobre ele).

Falando pra quem não é mergulhador certificado primeiro. Todas as escolas oferecem mergulho de batismo, aquele que você recebe apenas algumas instruções básicas de segurança, como se portar embaixo da água e o instrutor te acompanha por todo o mergulho. Sempre será feito em águas calmas, exatamente pela falta de experiência e é super tranquilo. É fácil ver cardumes gigantescos de peixes, bem como espécimes grandes. Tartarugas, moreias, arraias e tubarões (pequenos, inofensivos, aquele tubarão do filme não existe gente) também aparecem com bastante frequência. A água é deliciosa, quentinha, serão os 40-50 minutos mais agradáveis do seu dia, eu aposto!!

O mergulho de snorkel também é uma ótima pedida, podendo ser feito em praticamente todas as praias da ilha. Fiz snorkel na Praia do Sancho, Sueste e na Praia do Porto da Ilha!!!

O mergulho do porto, inacreditavelmente, é maravilhoso!!! Região de porto costuma ser suja, poluída, mas em Noronha o porto é um aquário!! Tartarugas aos montes, até uma arraia chita eu encontrei, a 1a dessa espécie que vi na vida!! E isso na praia do porto, profundidade máxima de 6m. Na praia do porto existe uma escola de mergulho que opera apenas com mergulhos de batismo e apenas ali naquela praia, já que eles não possuem barco. O instrutor é o "Bodão" e, podem acreditar, ele é um profissional excepcional, apesar de parecer meio pirado :) Façam um mergulho na praia do porto, nem que seja de snorkel, é um programa sem igual!!!

Agora para os mergulhadores certificados: A operação em Noronha é bem ligeira, mas sem parecer corrida ou frenética. O transfer nos pegava na pousada 7h15, e por volta de 11h30 já estávamos de volta!! O intervalo de superfície era só o tempo de navegação de um ponto pro outro, no máximo 20 minutos, tempo pra hidratar-se e comer alguma coisa, trocar a bateria da GoPro, banheiro e só. Por essa falta de intervalo de superfície, não rola nenhuma saída com 2 mergulhos profundos. No barco apenas água e paçoquinha, o que não fez muita diferença, pois, como disse, não teríamos tempo de fazer lanche entre mergulhos. Levei na mochila no primeiro dia e voltou do mesmo jeito.

Em todos os mergulhos que fiz, peguei temperatura da água na casa dos 27 graus tanto na superfície como a 30 metros de profundidade!! Eu nunca tinha visto água com a mesma temperatura na superfície e no fundo, foi muito bom! Mergulhei sem roupa de mergulho. É outra vida! Como é confortável não usar aquela roupa. A temperatura da água permite isso sem nenhum problema.

Os pontos de mergulho são meio controlados. Nem sempre cabe à escola ou aos mergulhadores decidirem em qual ponto o mergulho será feito. A maioria dos mergulhos acontece no 'mar de dentro', totalmente sem correnteza. O que torna os mergulhos muito tranquilos. O único dia que fomos no 'mar de fora', alguns mergulhadores chegaram já alimentando os peixes, se é que vocês me entendem :) Estava realmente balançando muito, por isso as escolas evitam mergulhos no mar de fora.

 

 

E pra fechar, falaremos algumas dicas rápidas sobre temas diversos:

Filtro Solar: parafraseando a propaganda da C&A, abuse e use!!! Sério, o sol é de rachar, leve pra sobrar na mochila. Como a maioria das praias não tem estrutura nenhuma pra você se esconder dele, o filtro solar é fundamental.

Repelente: se você tem alergia, é item fundamental também. Confesso que os mosquitinhos não me incomodaram hora nenhuma, mas bastava olhar na perna pra ver que eles estavam fazendo a festa. Usei repelente várias vezes por insistência do meu irmão mas, confesso, não me incomodaram hora nenhuma. Mas não tenho alergia e nem problema com isso, cada um na sua tolerância.

Lanchinhos para o dia e trilhas: uma amiga nutricionista me deu a dica de levar castanhas, nozes e frutas secas (banana, tâmara e damasco) pra usar como lanche nas trilhas, e eu adorei a ideia, bem melhor que comer uma bolacha qualquer. Essa amiga, que também estava na viagem, inclusive levou os kits dela já embalados em plástico filme, prontinhos. Eu levei nos pacotes e todo dia cedo colocava numa vasilha pequena pra eu e meu irmão petiscarmos durante o dia e trilhas. Foi sucesso total!!

Celular e internet: recepção de celular e internet na ilha são horrorosos. Quando estive lá (Junho/2016), a operadora Claro me pareceu ser a que melhor pegava na ilha. Na nossa pousada, o meu Vivo ficava sem sinal de tudo enquanto meu irmão, Claro, tinha até 3G. O wifi da pousada era bem "sem pressa", pra não dizer palavrão :) Se você depende de internet pra resolver alguma coisa durante sua viagem à Noronha, você pode ter sérios problemas.

Carona: método de transporte mais legal da ilha. Vá pra BR e faça sinal!! Quase todo mundo para, sem nenhum problema. E se não vão até onde você precisa, pegue carona e vá até a metade, peça carona de novo!

Palestras no Projeto Tamar: todos os dias, às 20h, tem palestra no Centro de Visitação do Projeto Tamar. Informe-se na sua pousada sobre a programação e temas, já que mudam constantemente. E se tiver tempo de assistir só uma palestra, assistam a de tubarões!! O palestrante, Leonardo Veras, curador do "Museu do Tubarão", faz quase um standup sobre o tema, é imperdível.

Caixa eletrônico: em Junho/2016, apenas o banco Santander tinha caixa eletrônico na ilha e não existe Banco 24 Horas. Praticamente todos os lugares aceitam cartão (débito e crédito) e não tive nenhum problema em usar essa forma de pagamento. Ainda assim, levei uma grana no bolso.

Mochila: leve uma boa mochila na mala, você vai precisar pra ir pra praia, trilhas, etc etc. Se em praias de cidade você carregaria tudo na mão pois anda sempre muito pouco, em Noronha você possivelmente vai andar bem mais e a mochila é fundamental. E água, leve sempre pelo menos 2L de água na mochila, sempre!

Tênis: se você planeja arriscar-se em algumas trilhas mais longas, leve um bom par de tênis confortáveis na mala, eles serão muito importantes.

 

DICAS DA AGÊNCIA TURISMO PELO MUNDO:

ONDE FICAR:

Noronha é bem pequena, mas isso não significa que seja fácil escolher onde ficar. Não mesmo! O centrinho fica na Vila dos Remédios e é onde estão localizados a maioria dos restaurantes. Mas se estiver bem caro, pode escolher entre a Vila dos Trinta e a Floresta Nova e, em qualquer um dos três lugares, poderá ir para algumas praias e restaurantes sem depender de transporte constantemente. As pousadas são simples. Digo, bem simples. Não vá esperando muita coisa.

QUANDO IR:

Os valores variam de acordo com a época do ano: férias, como a segunda quinzena de dezembro, janeiro, fevereiro, julho e agosto são ALTA TEMPORADA, ou seja, tudo caro. Quem pensa em economizar, pode trocar a viagem para os meses de BAIXA TEMPORADA, como março, abril, maio (época de chuvas) ou outubro e novembro (época de seca).

Lembre-se da tábua de marés na hora de agendar passeios!!

 

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